A presidente do Fórum Saúde XXI, Andrea Lima, esteve no passado dia 12 de julho no programa SIC Notícias Sábado, onde lançou um olhar crítico e realista sobre o estado atual do setor da saúde em Portugal. Numa intervenção marcada pela assertividade, abordou os desafios estruturais do Serviço Nacional de Saúde (SNS), sublinhando a urgência de reformas profundas e sustentadas: “As reformas na saúde, como em qualquer área, principalmente na saúde, que é uma área tão complexa, não se fazem do dia para a noite.”
Com base na experiência de outros países europeus, Andrea Lima referiu o exemplo do Reino Unido, cuja reforma do sistema de saúde deveria agora servir de inspiração para Portugal. Defendeu que mudanças estruturais exigem tempo, coragem política e consenso social: “O que é preciso é também haver uma força política e um apoio também do Primeiro-Ministro para fazer estas reformas, porque vai ter muita contestação social.”
Entre os temas mais urgentes debatidos esteve a crise nas urgências de obstetrícia, que afeta diretamente as grávidas portuguesas. Andrea Lima falou com empatia e preocupação sobre o impacto deste cenário, referindo que consegue “perceber o drama que está a acontecer com uma grávida que tem todo o seu stress normal e ainda tem um stress adicional de onde é que vai ter esse bebé.”
Apontou a escassez de recursos humanos como um dos principais obstáculos à estabilidade do sistema, referindo o envelhecimento da classe médica e a falta de planeamento na sua substituição. “Nós temos um problema grave de recursos humanos, a nível de médicos e de enfermagem, nas áreas da obstetrícia e da pediatria. Esse problema não é de hoje.”, rematou a Presidente do Fórum Saúde XXI.
Apesar dos desafios, considerou positiva a medida anunciada pelo Ministério da Saúde de centralizar as urgências em centros regionais, desde que acompanhada de soluções complementares:
“O que uma grávida quer é saber onde é que vai. (…) Se eu não tenho capacidade de me transportar até lá, eu tenho de ter transporte.”
Falando também das transformações demográficas recentes, Andrea Lima destacou o crescimento da população residente — mais 233 mil pessoas desde 2014, muito graças à imigração.
A presidente do Fórum Saúde XXI deixou ainda um apelo à serenidade e ao compromisso político e técnico: “Não adianta atirar dinheiro para uma máquina trituradora se ela está estragada. Ela tem que ser toda reformulada. Temos que dar tempo, acreditar e tentar que haja serenidade para que isso aconteça.”
A presença de Andrea Lima no SIC Notícias Sábado reforça o papel do Fórum Saúde XXI como plataforma ativa de reflexão, debate e contributo para um futuro mais sólido e humanizado da saúde em Portugal.
O tom da sua intervenção recorda o seu mais recente artigo de opinião, publicado no Observador e no website do Fórum Saúde XXI, intitulado “Ser positivo já não está na moda”, onde defende que o discurso público sobre a saúde está dominado pelo pessimismo e pela crítica destrutiva. Nesse artigo, Andrea Lima sublinha que “ser positivo não é ser ingénuo. É ter a coragem de reconhecer o que está a funcionar, aqui e noutros países, e perguntar com seriedade: o que podemos adaptar à nossa realidade?”
No Fórum Saúde XXI, a aposta é clara: promover soluções, estimular a participação dos cidadãos e contribuir para um novo ciclo de confiança no futuro da saúde em Portugal.
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